quinta-feira, 20 de maio de 2010

O PREÇO DO AUTOMÓVEL...(MATÉRIA MUITO BOA)

O carro é, em sua maior parte, aço. Ele está na maior parte da carroceria do automóvel e geralmente é apontado como o grande vilão dos custos de produção no setor automotivo.
E o que pressiona, volta e meia, um aumento no preço dos veículos. Mas outros componentes ganham cada vez mais importância nos carros. E também no impacto dos custos na cadeia produtiva. Um deles é o plástico, influenciado pelas cotações do barril do petróleo. Mas há ainda o alumínio, dispositivos eletrônicos, borracha e outros itens que podem, em maior ou menor grau, influenciar as despesas na linha de montagem. “Todas as comodities influem nos custos. Os carros possuem cada vez mais equipamentos eletrônicos, de automação, plásticos. Isso dilui a participação relativa de um ou outro insumo especificamente sobre o custo”, acredita Dario Gaspar, diretor-presidente da consultoria AT Kearney.

O plástico mudou um pouco este eixo de custos dentro de um carro. Na década de 70, os chamados materiais ferrosos – ou seja, o aço – eram empregados em 70% de um automóvel, em média, enquanto hoje representam 52%. A participação de outras matérias-primas cresceu, principalmente a do plástico. Hoje, já constitui mais de 10% do total, enquanto nos anos 70 ficava em 5%. Só que trata-se de um produto derivado do petróleo. “Se o barril aumenta, pode ocasionar um aumento substancial, mas não um repasse direto.

“Se o barril passa de US$ 80 para US$ 160 não significa que o plástico vai aumentar o dobro do preço”, pondera Francisco Satkunas, conselheiro da SAE Brasil – Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. De qualquer maneira, plástico pode acarretar em outras economias indiretas. “Os plásticos ganharam espaço nos para-choques, painéis, revestimentos de portas. Alivia o peso, o que permite motores menores com a mesma eficiência”, diz Paulo Roberto Coelho Filho, supervisor de Engenharia de Materiais da Fiat.

O alumínio hoje também influencia a calculadora dos fabricantes de veículos. Está presente em blocos e cabeçotes de motores e em componentes da suspensão. Isso sem falar em algumas marcas premium que já usam o metal, extremamente maleável, na carroceria. Em um automóvel “normal”, o alumínio já representa 8%, em média, enquanto há 40 anos não chegava a ser aplicado em 3% de um carro. E apesar de o material representar uma redução de peso significativa na comparação com o aço, seu custo é, ainda, de 20% a 30% mais alto que o do aço. “A substituição do aço pelo alumínio é sempre incentivada, mas não é uma prática a curto prazo”, explica Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
Outros itens têm peso menor no custo, como borrachas, vidros e tecidos. As partes eletrônicas, contudo, representam uma parcela significativa de despesas. Ainda mais que hoje, e cada vez mais, os veículos têm a tal tecnologia embarcada. São equipamentos que envolvem royalties e normas de propriedade industrial, além de estarem sujeitos às variações do câmbio. “Muitos componentes são importados, pois não são produzidos localmente, o que implica em custos maiores também”, ressalta Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive. “O que custa caro é tecnologia, a propriedade intelectual. Se, por um lado, na parte mecânica não há segredo, a parte eletrônica é mais complexa”, faz coro Satkunas, da SAE.

Alternativas para o setor diminuir os custos são muitas. Há aplicações cada vez mais comuns da nanotecnologia, a construção de estruturas e novos materiais a partir dos moléculas, que prometem ser menos dispendiosas no futuro. Ainda há a hidroformagem, a moldagem de peças através da pressão da água, dispensando soldagens e já aplicada na confecção de muitos elementos das suspensões. Até que essas tecnologias tenham uma aplicação em larga escala e viável, a indústria tenta diluir seus custos como pode. Um consolo é que as vendas, pelo menos aqui no Brasil, vão bem. “É um setor que eventualmente na sua cadeia pode absorver hoje mais do que ontem esses aumentos. E quem vende mais tem mais condição de absorver aumento de custos”, garante Julio Gomes, do Iedi.

Instantâneas

# Os custos de logística do setor são divididos em “Inbound” e “Outbound”. O “Inbound” é o custo de chegada dos materiais, que pode significar de R$ 1.200 a R$ 1.400 por carro. Já o “Outbound” é a distribuição do produto final para a rede, cujo custo excede os R$ 1 mil por unidade.

# A mão-de-obra direta implica em 5% do custo total de um automóvel.

# Os chamados aços especiais, aços estruturais mais resistentes usados na própria carroceria e chamados de High Strength Steel, hoje já podem representar 11% dos materiais usados em um veículo, enquanto nos anos 70 eles não chegavam a 3%.

Para fundir a cabeça


Apesar de uma distribuição mais democrática de outros materiais e insumos em um automóvel, o aço ainda é a principal fonte de dor de cabeça para as montadoras. Ainda mais que para este ano há uma expectativa de um aumento total da commoditie de até 97%. Por conta disso, há um receio de um possível aumento dos preços finais dos automóveis no mercado brasileiro. “Sem dúvida, há uma pressão de custos em cima da cadeia com os preços internacionais subindo no mesmo momento em que termina o desconto do IPI”, acredita o economista Julio Gomes, do Iedi.

Mesmo assim, especialistas do setor não acreditam em um repasse imediato e muito impactante nos preços dos automóveis. Isso porque o mercado está aquecido e, sobretudo, competitivo. Ou seja, ninguém quer perder mercado em um setor tão sensível ao preço como no Brasil.

“O aço vai impactar o custo e isso vai ser repassado, mas vai variar de acordo com a estratégia de cada montadora”, acredita Dario Gaspar, da consultoria AT Kearney.

- O carro é, em sua maior parte, aço. Ele está na maior parte da carroceria do automóvel e geralmente é apontado como o grande vilão dos custos de produção no setor automotivo.





Os insumos e os seus impactos no custo de produção um caro compacto*

# Aço
Constitui 50% do custo do carro. Está presente principalmente nas peças da carroceria.

# Ferro fundido
Constitui 11% do custo do carro e pode ser encontrado em alguns blocos de motores.

# Plásticos
Constitui 10,4% do custo e é utilizado em painéis, revestimentos de portas, carcaças dos retrovisores, para-choques e nas caixas dos radiadores.

# Borrachas
Representam 6% do total do custo do carro e, além dos pneus, são usadas em vedações, mangueiras, buchas e retentores.

# Ligas
Alumínio e cobre podem representar 5,6% do custo de um carro compacto. O alumínio é aplicado em cabeçotes do motor e em alguns blocos, além de componentes da suspensão. O cobre ainda é encontrado em alguns radiadores.

# Tintas e películas
Representam 5,5% do custo do automóvel.

# Vidros
Responsáveis por 5,6% do custo de um veículo compacto.

# Lubrificantes, espumas e têxteis
Representam 5% do custo do automóvel.

* Percentuais médios estimados



Fonte : Texto: Fernando Miragaya /Auto Press



Ps: Sem Contar o Absurdo que é o imposto nesse Brasilzão.
É Imposto pra tudo...
O mais famoso hoje em dia é o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), no qual o governo isentou as montadoras para incentivar a vendas de carros Zeros.
Mas como a copa ta perto, tudo volta a ser cobrado novamente. Dai o Imposto aumenta,Gasolina e pedágio também aumentam os preços e o Brasileiro não ta nem ai( ta com a cabeça que é só copa )...Ta é preocupado em comprar TV nova de 42 Pol. pra ver o jogo e estão preocupados com o Dunga , criticando apenas o coitado que não levou o R Gaucho e leva o Grafite 0.5 ou 0.7 ...HEHEHE...

Rafael.

Nenhum comentário:

Postar um comentário