Orientação
Saiba como sobreviver no trânsito brasileiro
Postura correta do condutor e boa manutenção dos itens de segurança do veículo ajudam a realizar manobras de emergência
com sucesso
Publicado em 13/10/2010 | Carlos Coelho - Gazeta do Povo
Você sabe qual é a posição correta das mãos ao segurar o volante? E como proceder em uma situação que exija freada
brusca? Todos os anos, as autoescolas brasileiras formam milhões de novos condutores, mas que nem sempre estão
preparados para reagir a situações emergenciais. O resultado disso é mais do que uma guerra: 35 mil mortes por ano nas
estradas do país – sobretudo de jovens motoristas, entre 18 e 25, que são responsáveis por 70% delas.
É para tentar reduzir esses números alarmantes que a Fiat realiza em algumas capitais brasileiras um curso chamado Test
Drive Direção Segura, que passou por Curitiba no fim de setembro. Feito com aulas práticas ministradas por grandes nomes
do rali nacional, como Cacá Clauset e Ricardo Dilser, o treinamento aborda temas como tecnologia de segurança em
automóveis, postura básica para uma boa direção e reações de carro e condutor em situações críticas.
De acordo com Ricardo Dilser, a postura e a técnica de quem dirige são os primeiros passos a serem avaliados. Pilotar
com ambas as mãos no volante não é novidade alguma. Porém, existe uma posição correta para isso. “Para ter total domínio
da direção, as mãos devem ficar na posição 9h15, com os braços paralelos nas laterais do volante. Muita gente cria um
estilo quase particular de dirigir, o que é completamente errado”, diz. Portanto, deve-se eliminar vícios comuns como
apoiar as mãos no lado interno dos aros ou na parte superior do volante.
No momento da curva, mais novidades: não se deve inverter os braços ou mudar a posição das mãos em relação ao volante.
“O jeito certo de se fazer é o que chamamos ‘ordenha da vaca’. Em vez de colocar a mão no lado interno do aro, gira-se o
volante por fora, para evitar que os braços se cruzem e travem o movimento”, orienta.
Tão importante quanto a posição das mãos, está a colocação do motorista em relação aos pedais e volante. O piloto ensina
que é necessário ficar a uma distância adequada para conseguir realizar manobras de emergência. “Os pés devem ser
capazes de alcançar até o fim dos pedais, para caso seja necessário uma freada emergencial, que exige força nos pés. Os
braços devem ficar flexionados, pois isso dará mais mobilidade em curvas e desvios, destaca Dilser. Segundo ele,
acostumar-se com este novo modo de dirigir pode parecer difícil no começo, mas com uma semana de prática se torna
natural.
Equipamento
Na visão de um dos coordenadores do curso, o piloto Cacá Clauset, que já disputou competições como o Paris-Dakar, “não
há como se falar em direção segura sem ter um veículo em boas condições”. E neste quesito, os freios têm um papel
fundamental. “O sistema ABS é o que permite a maior segurança”, aponta. Em um dos testes do curso de Direção Segura, os
pilotos freiam com e sem o sistema ativado em uma lona molhada (condição em que ocorre aquaplanagem). “A diferença é
gritante. Com o ABS, o carro tem a estabilidade para parar. Sem ele, os acidentes são praticamente inevitáveis.”
O instrutor destaca outros itens primordiais de segurança, que precisam estar em perfeito funcionamento, como cinto de
segurança e air bags. “Algo que as pessoas não atentam é que esses itens são feitos para serem usados apenas uma vez.
Após um acidente, eles devem ser trocados. Principalmente quem compra carro usado precisa ter a consciência disso”,
alerta. O piloto informa que os air bags têm data de validade de dez anos. “Isso é algo a se preocupar. No Brasil não há
o costume de fazer a substituição após este período, já que isso seria muito caro.”
Os pneus também têm função protagonista na segurança, explica Ricardo Dilser. “Eles precisam estar conservados. Não
adianta ter um bom sistema de frenagem e estar com o carro em dia se os pneus estiverem carecas.”
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