domingo, 23 de maio de 2010
Fuscas Da Copa Bafama Bafama ou Vuvuzelas Car
Numa manhã fria de julho do ano passado, o mecânico Wynand Viljoen teve uma ideia no mínimo inusitada ao ver um fusca velho no terreno de sua oficina, no subúrbio de Pretória. Alguns dias antes, Viljoen ouvira na televisão que a seleção do país (os Bafana Bafana) estava precisando de apoio popular, pois andava desacreditada a poucos meses da Copa do Mundo, e resolveu ajudar.
- Olhei o para meu cachorro, que tem um corpo alongado parecendo uma salsicha, e pensei em adaptar o fusca para um formato parecido. Os outros funcionários não me levaram a sério, mas três meses depois a primeira limousine da Copa estava pronta e todos compraram a ideia. Quero mobilizar os sul-africanos a torcer pela nossa seleção - conta Viljoen.
Além de bancos customizados com desenhos de vuvuzelas, o teto do fusca ganhou o formato de uma bola de futebol e os vidros se transformaram em óculos de sol. Para finalizar, o nome dos Bafana Bafana foi pintado na lataria com as cores do time. O carro fez tanto sucesso com clientes e na vizinhança, que Viljoen foi ainda mais criativo no segundo.
- Construí a limousine-vuvuvela. Ao invés de apenas um fusca, usei dois e o resultado ficou melhor. E a vuvuzela ainda funciona - explica ele mostrando o teto enfeitado com uma corneta gigante.
Seguindo a temática "Copa do Mundo", Vijoen se inspirou nas makarapas (capacetes usados por trabalhadores de minas e adaptados com desenhos de times de futebol) para fazer a terceira limousine. Assim como as vuvuzelas, as makarapas são uma febre nos estádios da África do Sul.
Um quarto carro está a caminho e deve ter as cores do time da Holanda, em homenagem a um grupo de jornalistas holandeses que se encantou pelo trabalho dos mecânicos. Cada fusca adaptado tem capacidade para pelo menos seis pessoas e custou em média R$ 11 mil. O mecânico tirou todo o dinheiro de seu próprio bolso.
- Não tenho patrocínio e meu trabalho não é valorizado pelo Comitê Organizador da Copa. Sugeri levar os carros a eventos oficiais do mundial e não deixaram. Se nada mudar, minha ideia é colocá-los à disposição dos turistas que quiserem dar uma voltinha pela cidade. Meu objetivo não é ganhar dinheiro, mas sim ajudar a África do Sul a fazer uma grande Copa – explica.
Por causa da falta de apoio, o mecânico também não sabe qual será o destino dos carros após o Mundial, mas pretende usá-los em campanhas de conscientizarão sobre a Aids ou para continuar a divulgar o futebol dentro do país.
No entanto, Wellington Kugocha, um dos ajudantes de Viljoen, sabe exatamente onde quer ver os fuscas daqui a alguns anos.
- Na Copa do Brasil, em 2014. Vamos pintar as limousines com as cores do país. Não acha que faremos sucesso? - diverte-se.
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