quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Criatividade nas ruas!


Postado por: Criz Lima

Vocês sabem que nós, mulheres, sabemos muito sobre carro né?! Sabemos abastecer, mandar lavar.... Ufa! Quanta coisa! Às vezes o carro, cheio de defeito de fábrica, “pifa” no meio do caminho, sabemos que gasolina não é porque colocamos “deizão” no posto mais barato.
O que fazemos? Chamamos o guincho.
Mas puta que pariu caros leitores, nós temos em nossa carteira cartões de crédito, de salão de cabeleireiro, de massagistas e até cartões telefônicos, mas não de guincho.
E aí? Aí nós usamos o dom que Deus nos deu de parar um homem e conseguir o número do Guincho, porque eles sim têm na carteira, cartão do mecânico, do encanador, do eletricista, das boates e etc.
Os ogros ao passarem e vermos que estamos trancando caminho e atrapalhando o fluxo de carros naquela região, dizem “tinha que ser mulher”, depois vem o guincho e atrapalha mais ainda, porque além de ser lerdo é enorme! Mas olha o que os carinhas dos olhos puxadinhos inventaram! É demais! Criatividade nas ruas!






Agora parem de reclamar quando ver uma mulher com seu carro parado na estrada, às vezes não é nada demais, apenas o carro aqueceu por falta de água no radiador, mas nós não precisamos saber disso. Ou precisamos?
Já que mulher não tem jeito e sempre vai atrapalhar o transito, resolveram dar um jeito nos guinchos pelo menos!

Blog Insanidade Diária:

http://insanidaddiaria.blogspot.com/

Twitter: @insanidaddiaria / @crizlima

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

COPA DE 1970 ( FUSCAS DE "BICHO" AOS JOGADORES POR MALUF) E A DITADURA MILITAR

Pessoal que acessa Motocas e Carangos.
É uma Historia Longa,...Mas recomendo!!!!...
É sobre a Copa do Mundo de 70..



O famoso politico Maluf, ofereceu FUSCAS de presente aos jogadores do Brasil, Alias o Povo que deu os Fuscas, pois foi dinheiro público...
A seguir contos dos anos 70, com ditadura militar, seleção Brasileira etc etc..

Volto a Repetir.. Vale a pena Ler o Texto todo...

Creditos ao Site:
http://jeocaz.wordpress.com/2010/06/07/copa-de-1970-e-a-ditadura-militar/





COPA DE 1970 E A DITADURA MILITAR

Há quatro décadas a seleção brasileira conquistava o tri-campeonato de futebol mundial, no México. Sendo a primeira a almejar o título três vezes, desde que o campeonato fora estabelecido em 1930, tendo o direito de trazer para o solo brasileiro a taça Jules Rimet.
A seleção brasileira de futebol de 1970 foi considerada por muitos a maior de todos os tempos. Ao arrematar em apoteose a taça, tomou para si o estigma de um feito heróico, num espetáculo transmitido pela primeira vez para o povo brasileiro através da televisão. Com forte cobertura na mídia de então, a vitória da seleção brasileira em 1970 foi usada como instrumento de propaganda do regime militar. Nunca o futebol seria tão bem explorado como propaganda de um governo no Brasil como o foi em 1970. A taça Jules Rimet foi erguida pelo próprio presidente de então, Emílio Garrastazu Médici.
1970 foi um dos anos mais tensos da história do Brasil e do próprio regime militar implantado em 1974. No ano anterior as guerrilhas urbanas eclodiram pelo país, o seqüestro de um embaixador norte-americano pela esquerda oposicionista, revelou ao mundo o que até então os militares negavam veementemente, a existência de tortura no país. O ano da copa começou com outro seqüestro da esquerda, a do cônsul do Japão Nobuo Okushi. Iniciava-se uma sangrenta caça aos guerrilheiros. A finalidade era caçar a todos e eliminar, numa condenação à revelia a uma pena de morte pré-determinada.
Momentos antes do início do campeonato, João Saldanha, técnico que classificara a seleção para a copa, foi afastado por motivos políticos, sendo substituído por Mario Jorge Lobo Zagallo. Feitas as arestas ideológicas, o Brasil entrou em campo, eliminando todos os adversários, numa atuação antológica de um elenco luxuoso, com Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho, Gérson, Carlos Alberto Torres e Clodoaldo entre eles.
Enquanto o povo delirava com os gols, a economia atingia o auge do que se chamou “Milagre Econômico”, mostrando um país próspero e feliz. Nas celas os presos eram torturados, mortos e desaparecidos. Nas rádios o hino da copa ecoava para os noventa milhões de brasileiros: “Pra frente Brasil!”
A máquina de propaganda do regime militar nunca foi tão bem-sucedida como naquele ano, tendo como elemento principal a vitória da seleção, e a imagem heróica dos seus jogadores. Comparado a história contemporânea, o uso da imagem da seleção brasileira do tri-campeonato só perdeu para a propaganda do regime nazista, nas Olimpíadas de Berlim, em 1936.

A Era do Milagre Econômico



Na época da Copa de 1970, o Brasil vivia o auge do que foi chamado de “Milagre Econômico”, que aconteceu de 1969 a 1973, coincidindo com o governo do presidente general Emílio Garrastazu Médici.
O milagre econômico proporcionou o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que atingiu um crescimento anual de cerca de 11,2%, e uma inflação estabilizada em 18%. A produção industrial aumentou, proporcionando melhores níveis de emprego. A época coincidia com os juros baixos no mercado internacional, que passava por um momento de tranqüilidade, investindo fortemente nos países em desenvolvimento, visando os grandes recursos naturais dessas nações como fiança aos empréstimos concedidos. Também as multinacionais faziam os seus investimentos no país. A facilidade de créditos internacionais levaria o Brasil a contrair, na época do regime militar, a maior dívida externa da sua história.
Durante o milagre, as indústrias automobilísticas foram as que mais cresceram no país, gerando muitos empregos, e conseqüentemente, levando desenvolvimento a outros setores. Diante da prosperidade que parecia infindável, o governo militar aumentou a arrecadação de impostos.
Para justificar a continuação da sua ilegitimidade e permanecer no poder, os militares investiam em fortes campanhas de propaganda. Frases que evidenciavam a exaltação militar eram vinculadas nas rádios, televisões e jornais, como “Brasil, Ame-o ou Deixe-o” , “Ninguém Segura Este País”, ou “Pra Frente Brasil”. A propaganda era estimulada através da música, de programas de televisão, jornais, revistas e rádios.
Aproveitando-se da facilidade dos empréstimos internacionais, o milagre econômico gerou a era das obras monumentais, como a construção da Transamazônica, da ponte Rio-Niterói, da usina nuclear de Angra dos Reis, de barragens gigantescas, como a de Itaipu.
No avesso da era do milagre, que beneficiou apenas a uma classe média emergente, estavam os arrochos salariais, favorecendo poucos capitalistas brasileiros e essencialmente, aos capitalistas de multinacionais. Os grandes investimentos estatais em obras colossais geraram mais o endividamento do país do que empregos seguros. Durante o período, houve quase que um abandono do governo aos programas sociais.
O fim do milagre aconteceu em 1973, com a crise do petróleo, que acabou com o combustível barato e gerou uma das mais agudas crises da econômica mundial. Na época o Brasil dependia da importação de 80% do petróleo consumido internamente. A dívida externa, que em 1967 era de U$ 40 bilhões, chegava em 1972, quando o milagre já estava no fim, a 97 bilhões de dólares.


O Brasil Político nos Meandros da Copa de 1970

Nos bastidores da ditadura militar, nunca a contestação ao regime atingira tanta violência. Com a promulgação do Ato Institucional 5 (AI-5), em dezembro de 1968, ficaram suspensos todos os direitos de hábeas corpus a quem se opusesse ao regime ou fosse por ele declarado suspeito. O resultado foi o surgimento de organizações de esquerda que optaram pela guerrilha como forma de combater o regime militar. Entre as organizações que pegaram em armas estavam a Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella; o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8); e, a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), de Carlos Lamarca.
Em setembro de 1969, os guerrilheiros seqüestraram o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. A operação foi um sucesso, resultando na troca de quinze presos políticos pelo embaixador. Os prisioneiros foram postos em um avião e levados ao exílio. A vitória foi também política, pois evidenciou a prática da tortura, tantas vezes negada pelo regime militar. Em março de 1970, outro seqüestro seria realizado, a do cônsul japonês Nabuo Okushi. Mais uma vez o Brasil e o mundo assistiram ao embarque de presos políticos para o exílio. A humilhação levou o regime militar a usar como lema da sua propaganda política a máxima “Brasil, Ame-o ou Deixe-o”, numa alusão a expatriação dos presos políticos, que perdiam direito à nacionalidade brasileira.
A resposta do regime militar aos seqüestros foi rápida e violenta. Em novembro de 1969, o líder da ALN, Carlos Marighella, foi morto em São Paulo. A Operação Bandeirantes (Oban), institucionaliza a tortura, prendendo e matando lideranças de esquerda, acossando cada vez mais os opositores ao regime. Em janeiro de 1970 foi criado os Centros de Operações para a Defesa Interna (CODI), e os Departamentos de Operações Internas (DOI), que juntos formaram o DOI-CODI, responsáveis pela prisão, tortura e morte de centenas de líderes de oposição.
O cenário para ver a seleção brasileira brilhar na Copa de 1970 estava pronto. O de terror nos cárceres da ditadura também.


João Saldanha, o Técnico Temido Pelo Regime



O presidente Emílio Garrastazu Médici, que entrou para a história como o mais truculento e de linha dura do regime militar, assumia diante do povo a imagem do pai da nação, preocupado com o bem-estar moral da população e o progresso do país. Fazia parte do pacote a sua paixão pelo futebol, chegando a intervir na própria concepção da seleção brasileira.
Médici fazia questão de interar a imagem do governo com a do futebol, que na época tinha em campo o maior jogador do mundo, o incomparável Pelé. Em 1969, o Brasil aguardava com ansiedade o milésimo gol de Pelé. Quando o rei do futebol conquistou o seu feito, foi recebido em Brasília pelo presidente. Em novembro daquele ano, Pelé desfilava pela capital em carro aberto. Médici encerrava a apoteose do ídolo concedendo-lhe a medalha do mérito nacional e o título de comendador. Era apenas o início do namoro entre a propaganda política do Estado e o futebol brasileiro.
A escalação da seleção que iria ao mundial de 1970 enfrentou vários problemas de percurso. João Saldanha foi o técnico que depois de uma árdua e sofrida luta, conseguiu classificar a seleção para a copa. Durante a escalação, espalharam-se rumores de que o presidente Médici queria ver o jogador Dario, o Dadá Maravilha, escalado. Os boatos, jamais confirmados oficialmente, irritaram João Saldanha, que declararia à imprensa uma de suas mais contundentes frases: “O presidente escala o ministério dele que eu escalo o meu time”. João Saldanha foi, em seguida, demitido da seleção, pouco antes de ela seguir para o campeonato no México, sendo substituído por Mario Jorge Lobo Zagallo.
O motivo da demissão de João Saldanha ia muito além da sua declaração intempestiva. Suspeito de simpatizar e militar no Partido Comunista Brasileiro (PCB), o governo temia que o técnico chegasse ao México com uma lista de presos políticos no bolso, e que, em entrevistas coletivas, denunciasse para o mundo a tortura e o desrespeito aos direitos humanos que o regime militar infringia ilimitadamente.
Resolvido o grande impasse político, a seleção, sob a tutela do técnico Zagallo, partiu para o México, em busca do título de tri-campeão do mundo, entrando de maneira mítica para a história do futebol brasileiro.


Pra Frente Brasil


De 31 de maio a 21 de junho, a Copa do Mundo de 1970 foi disputada no México. No dia 3 de junho de 1970, o Brasil disputava a sua primeira partida no Estádio Jalisco, em Guadalajara, contra Tchecoslováquia. No campo desfilava Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino, Gérson, Piazza, Clodoaldo e tantos outros que seriam apontados como os componentes da maior seleção de todos os tempos. O Brasil venceria a Tchecoslováquia por 4×1. Em 7 de junho, venceria a Inglaterra por 1×0. Em 11 de junho, venceria a Romênia por 3×2, passando para a segunda fase de forma magnífica, empolgando o país e o mundo.
No Brasil, o povo acompanhava a seleção em jogos transmitidos pela primeira vez pela televisão. O impacto era visível. Poucos privilegiados deram-se ao luxo de ver a transmissão em cores, adiantando-se em dois anos à chegada da tecnologia ao país, que se confirmaria em 1972. No meio da vibração do povo, ecoava com grande sucesso por todo o país, o hino da copa, “Pra Frente Brasil”, de autoria de Miguel Gustavo.
“Noventa Milhões em ação,
Pra frente Brasil,
Do meu coração…
Todos juntos vamos,
Pra frente Brasil,
Salve a seleção!”

O sucesso do hino e a empolgação extasiante do povo, fizeram com que o governo começasse a usar a seleção como objeto de propaganda política. Paralelamente, no dia 11 de junho de 1970, em plena copa, os guerrilheiros executavam um novo seqüestro, desta vez ao embaixador alemão Von Holleben. O regime recrudesceu ainda mais, abarrotando as celas de presos políticos, intensificando a tortura e o número de mortos e desaparecidos.
“De repente
É aquela corrente pra frente
Parece que todo Brasil deu a mão…
Todos ligados na mesma emoção…
Tudo é um só coração!”
Em 14 de junho, a seleção brasileira derrotava o Peru por 4×2. Em 17 de junho derrotou o Uruguai por 3×1, passando para a fase final. No dia 21 de junho de 1970, o Brasil enfrentava a Itália, na Cidade do México. Numa das partidas mais emocionantes da história do futebol brasileiro, venceu os italianos por 4×1, tornando-se tri-campeão mundial. Apagava de vez a fraca atuação na copa de 1966, na Inglaterra. O último titulo tinha vindo em 1962, no governo democrático de João Goulart. O Brasil assistia em frente à televisão, o capitão da seleção, Carlos Alberto Torres, a erguer a taça Jules Rimet, um troféu com quase quatro quilos de ouro. A taça era definitivamente do Brasil, seria trazido pela seleção para o país. Já no Brasil, em 1983, ela seria roubada e derretida pelos ladrões, desaparecendo para sempre.

“Todos juntos vamos,
Pra frente Brasil!
Brasil!
Salve a Seleção”
No retorno, a seleção seria recebida pelo presidente Emílio Garrastazu Médici. O general ergueu vitorioso a taça Jules Rimet. A conquista do tri-campeonato passava a ser o maior triunfo da propaganda do regime militar. Outros pilares que sustentavam o regime militar, como o do então prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, tiraram proveito da popularidade da seleção, e, em 20 de julho, presenteava 25 fuscas aos jogadores e à comissão técnica, todos pagos com o cofre público. Anos mais tarde, Paulo Maluf teria um processo contra ele para que devolvesse o dinheiro à prefeitura paulistana, sendo inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por duas vezes, em 1995 e, definitivamente, em 2006.
O ano de 1970 era encerrado com mais um seqüestro da esquerda, desta vez ao embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher e, com mais de quinhentos presos políticos. A esquerda guerrilheira dava os seus últimos suspiros, e os seus principais líderes ou estavam presos, desaparecidos ou mortos pela ditadura.


Duas Listas de 1970

Lista da Seleção de 1970
Carlos Alberto Torres
Clodoaldo Tavares de Santana
Dario José dos Santos (Dadá Maravilha)
Edson Arantes do Nascimento (Pelé)
Eduardo Gonçalves de Andrade (Tostão)
Eduardo Roberto Stinghen (Ado)
Emerson Leão (Leão)
Everaldo Marques da Silva
Félix Miéli Venerando
Gérson de Oliveira Nunes
Hércules Brito Ruas (Brito)
Jair Ventura Filho (Jairzinho)
Joel Camargo
Jonas Eduardo Américo (Edu)
José de Anchieta Fontana (Fontana)
José Guilherme Baldocchi (Baldocchi)
José Maria Rodrigues Alves (Zé Maria)
Marco Antônio Feliciano
Paulo César Lima (Paulo Cezar Caju)
Roberto Lopes de Miranda (Roberto Miranda)
Roberto Rivelino
Wilson da Silva Piazza (Piazza)


Lista de Mortos Pela Ditadura Militar em 1970*

Abelardo Rausch Alcântara
Alceri Maria Gomes da Silva
Ângelo Cardoso da Silva
Antônio Raymundo Lucena
Ari de Abreu Lima da Rosa
Avelmar Moreira de Barros
Dorival Ferreira
Edson Neves Quaresma
Eduardo Collen Leite
Eraldo Palha Freire
Hélio Zanir Sanchotene Trindade
Joaquim Câmara Ferreira
Joelson Crispim
José Idésio Brianesi
José Roberto Spingir
Juarez Guimarães de Brito
Lucimar Brandão Guimarães
Marco Antônio da Silva Lima
Norberto Nehring
Olavo Hansen
Roberto Macarini
Yoshitame Fujimore

*Na lista não consta os mortos em 1970, cujos corpos nunca foram encontrados, sendo oficialmente dados como desaparecidos.


Fonte : http://jeocaz.wordpress.com/2010/06/07/copa-de-1970-e-a-ditadura-militar/


Maluf ganha no STF causa dos Fuscas da Copa de 70 da Folha de S.Paulo

Em 2002 O Supremo Tribunal Federal manteve a decisão judicial favorável a Paulo Maluf (PPB) no processo em que ele era acusado de desviar recursos da Prefeitura de São Paulo para doar 25 automóveis Fusca em 1970 aos jogadores da seleção brasileira de futebol, que havia vencido a Copa.

O plenário do STF rejeitou um recurso que reabriria o processo contra Maluf e permitiria a anulação da decisão que o beneficiou.

Na década de 70, Maluf chegou a ser condenado em uma ação popular movida por Vergílio Egydio Lopes Enei e fracassou em recurso no próprio STF, a última instância. Mas, em 1983, moveu uma ação rescisória para buscar a revisão da sentença e obteve êxito.

Na primeira vez que examinou o caso, o STF considerou que Maluf havia lesado os cofres do município e que a doação de Fuscas aos jogadores não atendia ao requisito do interesse social. Em 1995, o próprio STF, por maioria, acolheu argumentos da defesa do ex-prefeito contra o rito do processo e deu vitória ao ex-prefeito. Em 2002, o STF manteve a decisão

sábado, 17 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Moto Mulher



Recebi por e-mail..
Uma moto diferente...
vai que a moda pega e cada moto vira uma mulher fruta...
Imagine o tamanho do tanque de uma moto da Mulher Melancia..


sábado, 3 de setembro de 2011

Raridades abandonadas do Museu de Caçapava









O teto não cai mais sobre os carros do antigo Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas, em Caçapava (SP), distante 100 km de São Paulo, . Resgatados um a um, os 27 modelos sobreviventes (ou o que restou deles) foram levados para o galpão da Secretaria de Cultura da cidade.

Assassinado em 1975, Lee deixou uma fina herança que foi, durante longos anos, mal administrada. Após um acordo entre a prefeitura e a herdeira da coleção, a empresária Mariangela Matarazzo Lee (filha de Lee com Maria Pia Matarazzo), os carros, entre outros itens raros (motores, peças de avião, pôsteres clássicos...), foram cedidos à cidade e salvos de suas catacumbas, onde jaziam totalmente abandonados desde o final dos anos 80, mesmo tendo sido tombados pelo Patrimônio Histórico desde 1982.










Fonte You Tube.


Historia de Roberto Lee Fundador do Museu Caçapava.

(em pé) ao lado do Willys Knight em 1970



O que um dia foi a primeira grande coleção de carros antigos no Brasil tornou-se um sombrio cemitério de automóveis.Um dos 50 Tucker produzidos no mundo está escondido num canto escuro. Sem o motor, o painel original e o característico farol central dianteiro, que se movimentava na mesma direção do volante.
Em bom estado de conservação, um modelo desses pode valer meio milhão de dólares nos Estados Unidos. Mais adiante, outra pérola, em estado precário: um Packard 1939, modelo "One-Twenty". Grossas camadas de poeira cobrem o carro que um dia carregou o príncipe Phillip na passagem do membro da família real inglesa por São Paulo em 1968. Noutro canto, há um Cadillac Coupé 1950 cuja direção foi roubada.
O mesmo aconteceu com rodas, emblemas de radiador e até bancos inteiros de outros modelos raros. Esse cenário faz parte de uma história digna dos textos do escritor Nelson Rodrigues. Envolve um crime passional que causou comoção em São Paulo nos anos 70 e uma briga entre membros de uma das famílias mais tradicionais da cidade. Condenada pelas circunstâncias, a frota de 26 preciosidades cumpre pena num galpão de 850 metros quadrados, na cidade de Caçapava, em São Paulo.
Lá funcionou entre 1963 e 1992 o Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas, espaço que em seus tempos áureos atraía gente de todo o Brasil para ver de perto carros antigos tão bem conservados que pareciam recém-saídos da fábrica. Hoje, o lugar não tem luz, seu teto está caindo aos pedaços e o mato cobre a entrada. Estão guardadas no galpão verdadeiras maravilhas. Numa avaliação conservadora realizada com ajuda do colecionador Sérgio Ribeiro, encontram-se por ali cerca de 250 000 dólares em veículos antigos, um patrimônio que agora pode ressuscitar. Um projeto de lei enviado à Câmara Municipal de Caçapava prevê que o acervo passe às mãos da prefeitura local, que se encarregaria de recuperar os carros e reabrir o espaço.
té o fim de agosto a idéia ainda não havia sido apreciada pelos vereadores. Se aprovada, ela vai ajudar a recuperar parte da fabulosa obra de Roberto Lee, o fundador do museu. O péssimo estado dos carros não representa uma missão impossível para os especialistas. "Os carros estão em bom estado, considerando o tempo que ficaram abandonados", afirma Eduardo Lambiasi, da R&E Restaurações, oficina paulista das mais respeitadas no país nessa área. Roberto Lee começou a colecionar carros antigos com a aquisição de um Fiat 1926. Tempos depois, numa garagem do bairro de Pinheiros, em São Paulo, encontrou um Hispano-Suiza 1911. Restaurado, ele se tornou uma das principais atrações de sua coleção.
Assim que farejava boas oportunidades, largava os negócios e saía à caça. Chegava a passar temporadas rodando o Brasil em busca de modelos. "Ele se tornou o primeiro no país a cultivar a imagem dos automóveis antigos", afirma o piloto Bird Clemente. Herdeiro de uma das famílias quatrocentonas de São Paulo, Lee mantinha um escritório de fusões de empresas e circulava pelas altas rodas da sociedade. Vivia cuidando da coleção de carros em Caçapava e, muitas vezes, saía direto de lá para jantar no restaurante do hotel Hilton, um dos mais elegantes de São Paulo à época, vestindo calça jeans e botas sujas de terra. A morte do colecionador, ocorrida na tarde de 16 de junho de 1975, rendeu meses de manchetes em jornais e revistas. Lee estava em seu escritório quando levou dois tiros de um Colt 32, disparados por sua amante, Elza Leoneti do Amaral. Ela contou à polícia que havia matado Roberto porque ele não queria assumir Andréia Cristina, sua filha de 1 ano. Ela seria fruto do romance entre os dois, iniciado por causa de um Cadillac preto, modelo Fleetwood, de 1954.
Ele adicionou o carro ao acervo do Museu de Caçapava em abril de 1973 e encantou-se com a loira que lhe vendeu o automóvel. O Cadillac havia pertencido ao primeiro marido de Elza, o empresário Anésio Augusto do Amaral Filho, que também morreu em circunstâncias trágicas. Seu corpo foi encontrado num dos aposentos da residência do casal, com uma bala na cabeça, em outubro de 1966. Nas mãos de Anésio estava o mesmo Colt 32 usado por Elza para matar Roberto Lee. A coincidência foi explorada pelos jornais de época, que tratavam a mulher como "a loira assassina" nas manchetes.
Ela foi condenada a oito anos de prisão pelo assassinato de Roberto Lee. O caso chamou atenção também por envolver sobrenomes graúdos da sociedade. Do patrimônio do pai de Roberto, o industrial Fernando Eduardo Lee, ganhou fama uma ilha no litoral paulista, pioneira no país na utilização de energia eólica e solar. Além de nascer em berço de ouro, Roberto casou-se em 1960 com Maria Pia Matarazzo, filha caçula do italiano Francisco Matarazzo, que construiu em São Paulo um dos maiores impérios industriais do país no começo do século passado.
Em valores atualizados, o Conde Matarazzo, como era conhecido, amealhou um patrimônio de 20 bilhões de dólares - o que o colocaria hoje na sexta posição da lista dos homens mais ricos do mundo da revista Forbes. Roberto e Maria Pia tiveram uma filha, Mariângela, mas o casamento durou pouco. Quando foi assassinado, o colecionador estava morando com sua segunda mulher, Yara Siqueira. Daí seu constrangimento em reconhecer na época uma filha com Elza Leoneti. O Museu fechou após a morte de Lee em função de uma briga familiar.
O pai do colecionador, Fernando, desentendeu-se com a neta Mariângela quando ela começou a vender parte da coleção do pai. Modelos como o Hispano-Suiza foram arrematados por aficionados do exterior. Mariângela dividiu o dinheiro com a outra herdeira, Andréia Cristina, que acabou sendo reconhecida como filha legítima de Roberto depois do assassinato. Em sua época áurea, o museu tinha cerca de 60 carros expostos. Depois do assassinato, alguns foram devolvidos aos antigos donos. Cerca de 20 modelos que estavam em nome de Roberto Lee entraram no espólio e acabaram negociados por Mariângela. Ficaram de fora da partilha os 26 carros que não estavam em nome do colecionador.
São os que permanecem até hoje em Caçapava. Num texto distribuído aos visitantes da coleção, Roberto comparava sua paixão pelas antiguidades a um vírus. "Uma vez inoculado o micróbio, adquirimos uma moléstia incurável e o resultado geralmente são mãos sujas, roupas rasgadas, garagem atulhada de cacarecos", escreveu ele. Lee passava finais de semana separando peças antigas e restaurando com as próprias mãos os modelos. Ele construiu uma rede de informantes, que o avisavam quando viam algum automóvel interessante.
Metódico, anotava em fichários as principais informações dos modelos, junto com um dossiê fotográfico sobre as condições dos modelos. Muitas vezes, enviava um "laranja" para iniciar as negociações. O advogado José Nestor Hopf executou esse papel no início dos anos 70. Ele também costumava viajar com Lee para garimpar as preciosidades fora do estado de São Paulo. A atividade tinha sempre um sabor de aventura. Uma das primeiras jornadas teve como destino Belo Horizonte, em busca de um Chevrolet 1923. O carro estava numa chácara, aparentemente abandonada. Eles resolveram entrar e acabaram tomando um grande susto. "O caseiro saiu atrás de nós disparando uma carabina", afirma Hopf. "Corremos como nunca."
Não foi a única fuga na carreira da dupla enquanto garimpavam carros preciosos. Noutra ocasião, escaparam de um policial à noite na Via Dutra. "Eu estava ao volante de um Cadillac e o Roberto roncava ao meu lado, quando fomos parados por um guarda", diz o advogado. "No instante em que despertou, o Lee tomou os documentos do policial e me mandou acelerar. Fugi com o coração na mão." Foi o próprio Hopf quem acabou indicando ao amigo o Cadillac 1954 que pertencia a Elza Leoneti do Amaral. "Vi o carro guardado numa garagem perto de casa e logo depois liguei ao Roberto, que me pediu para intermediar a negociação", diz. Como fazia em todas as ocasiões, Hopf registrou com sua máquina fotográfica o momento em que Lee tomava posse do carro. Mesmo em estado precário, o acervo deixado por Lee no Museu merece respeito.
Lá está o Alfa Romeo P3 Grand Prix, de 1932, um bólido capaz de atingir mais de 200 km/h e que, nas mãos da corredora francesa Helle Nice, causou em 1936 um acidente que matou oito pessoas numa corrida nas ruas de São Paulo. Depois do desastre, o carro ficou perdido durante algum tempo, até ser localizado pelo relações-públicas Alberto Reis nos fundos de um posto de gasolina em Ouro Preto, no interior de Minas Gerais. "O 'charutinho' vermelho estava em cima de um cavalete e, quando soube que o dono estava disposto a vender, liguei para ele", afirma Alberto. "No dia seguinte, Roberto já estava lá, colocando o Alfa em cima de uma carreta para trazê-lo a São Paulo."
Há apenas dois carros nacionais na frota que restou no Museu de Caçapava. Um deles é um Maverick 1973 amarelo, o primeiro modelo do tipo a rodar por aqui. O outro brasileiro também é uma raridade. Trata-se do Capeta, um protótipo de carro esportivo da Willys apresentado no Salão do Automóvel em 1964. Ele vinha equipado com um motor Aero-Willys de seis cilindros e seu design lembrava um pouco o Interlagos, o primeiro carro esportivo construído no Brasil. As grande paixões de Roberto Lee, os Packard e os Cadillac, estão bem representadas no Museu de Caçapava (veja ficha com o inventário do acervo ao lado).
O mais valioso deles é o Packard One-Twenty, que carregou o príncipe Phillip por São Paulo, tendo como chofer o próprio Roberto Lee. Durante um desfile, o membro da família real britânica espantou-se quando a primeira-dama do estado, Maria do Carmo, mulher do então governador Abreu Sodré, cumprimentou o motorista com um beijo no rosto. Diante do ar de surpresa de Phillip, Maria do Carmo explicou que ela e Lee eram velhos conhecidos.
Depois, na subida do Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, o Packard enguiçou e teve que ser empurrado. Perdidas no Museu de Caçapava, essas máquinas fabulosas podem agora voltar à vida trazendo seu passado glorioso caso o local seja reaberto pela prefeitura de Caçapava, como era o desejo de Lee. Como se estivesse prevendo a tragédia que acabou com sua vida, nove dias antes de ser assassinado pela amante ele encaminhou uma espécie de carta-testamento ao pai. "Procure uma fórmula de manter o museu em funcionamento", anotou, a certa altura da correspondência. "E que ele sobreviva a nós todos".

Fonte:http://criticandoataiada.blogspot.com/2009/02/tragica-historia-do-fundador-do-museu.html